terça-feira, 21 de agosto de 2012

MEC discutirá o ensino médio




Após a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, na semana passada, apontar estagnação no ensino médio, o Ministério da Educação (MEC) se reúne hoje com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) para discutir a reformulação do antigo segundo grau. Na avaliação do ministro Aloizio Mercadante, os dados mostram que é preciso mudar. Na última sexta-feira, o Correio mostrou que a portaria que define as novas diretrizes do ensino médio já está em vigor desde janeiro deste ano, mas não foi implementada nas escolas. Além da reestruturação na etapa escolar, a pasta discute com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) a adequação das universidades ao novo sistema de cotas sociais e raciais, que aguarda sanção presidencial.No encontro com os representantes do Consed, Mercadante apresentará a sugestão de concentrar as disciplinas em quatro áreas do conhecimento, conforme o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com o ministro, o currículo atual é muito fragmentado, com variações de 13 a 20 matérias. "Não vamos acabar com a química, a física, a biologia, mas organizá-las no campo da ciência da natureza. Com isso, os professores permanecem mais tempo nas mesmas escolas, não se dispersam em várias instituições, e ainda melhoram a relação com o aluno", aposta. A alteração, segundo Mercadante, abre espaço para que o Ideb seja aos poucos substituído pelo Enem. "O exame está se tornando um censo do ensino médio e, agora, com as cotas sociais, o interesse por ele vai crescer ainda mais", acredita.
Diante do cenário de estagnação dos últimos anos da educação básica e da instalação do novo sistema de reserva de vagas direcionado aos estudantes de escolas públicas, à população negra, parda e indígena, Mercadante levará aos reitores proposta para adaptação desses alunos. Uma das opções, segundo ele, é implementar curso de nivelamento capaz de corrigir as falhas, aliado ao acompanhamento pedagógico. "É melhor resolver o problema pela raiz do que acumular dependências", justifica. Antes de apostar na ideia, no entanto, ele ainda aguarda um levantamento com a quantidade de alunos provenientes de escolas públicas nas universidades federais e estaduais.

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