terça-feira, 17 de julho de 2012

Marcelo Nilo entra na Justiça para que docentes grevistas desocupem ALBA

Acampamento professores grevistas Bahia (Foto: Rafaela Ribeiro/G1)



O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo, pediu à Justiça a reintegração de posse do saguão do local, que tem sido ocupado pelos professores da rede estadual de ensino há 90 dias. A entrada da ação ocorreu no fim da tarde desta segunda-feira (16), dia em que a greve completa 97 dias.
Marcelo Nilo afirma que participou de reunião com representantes do sindicato da categoria (APLB), encerrada sem acordo. Segundo o deputado, ele pediu que os grevistas saíssem do saguão até a quarta-feira (18), mas os sindicalistas discordaram da proposta e solicitaram que prazo fosse estendido até o fim do mês. A presidência da Casa legislativa ordenou o desligamento do ar-condicionado e prometeu cortar a luz nas próximas horas. Por volta das 22h, manifestantes afirmaram que energia foi cortada e que estão sem acesso aos banheiros.
"O ar-condicionado está ligado há mais de 90 dias, ininterruptamente. Tudo tem limite, tenho que ter responsabilidade com o Poder. Passei a manhã toda tentando contato com eles, não me atendiam, só depois que entrei na Justiça me procuraram. Estou aberto ao diálogo, mas não posso permitir que a Casa seja acampamento de um movimento grevista ilegal. O Poder Legislativo é que tem que ser guarita de um movimento ilegal?", afirma o presidente Marcelo Nilo logo depois da reunião.
Rui Oliveira, ALBA, Bahia (Foto: Rafaela Ribeiro/G1)
Até a última atualização desta reportagem, o G1 não conseguiu contato com membros do comando de greve para comentar o assunto. À tarde, Rui Oliveira, coordenador geral do sindicato, disse que só sairia da Assembleia Legislativa quando o movimento terminasse.
Na última assembleia, ocorrida no dia 13 de julho, a categoria resolveu continuar com a greve após analisar proposta do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Proposta do MP-BA 
Na proposta do MP-BA, os 22% de reajuste não seriam pagos este ano como querem os professores. Os dois avanços de 7% ficam mantidos - o primeiro em novembro e o segundo seria antecipado de abril para março de 2013. Os professores em estágio probatório, aprovados em concurso, mas que ainda não têm estabilidade, estariam incluídos nas promoções. As punições aos professores seriam revistas e o pagamento dos salários cortados estariam condicionados a um plano de reposição de aulas.
A primeira avaliação do comando de greve foi logo após a reunião do MP-BA com os sidicalistas e os representantes do Governo. Eles conversaram cerca de meia hora a portas fechadas. Na saída, Rui Oliveira disse que não houve "muita" alteração na proposta. "Deixa a desejar no que diz respeito a coisas ambíguas, como readimissão dos demitidos. Diz que vai rever, vai analisar, mas não diz que vai readmitir. É muito insuficiente e nós achamos que a greve deve continuar", afirmou ainda na noite de quinta-feira (12).
Reunião professores e governador Bahia (Foto: Rafaela Ribeiro/ G1)
Wagner pede retorno
O governador Jaques Wagner não participou da reunião com o MP-BA e os professores, porém concedeu coletiva à imprensa para comentar o assunto. Ele reiterou o pedido para que as aulas recomecem na segunda-feira (16), elogiou a intermediação do MP-BA, junto com o Tribunal de Justiça (TJ-BA), para o fim da greve, e abordou a expectativa em relação ao próximo encontro dos professores.
"Espero que a partir de segunda-feira o direito dos alunos de estudar possa retornar. Aquilo que foi proposto pelo MP eu estou acatando; a antecipação [do reajuste] e a inclusão do estágio probatório nas promoções. São mais de R$ 23 milhões. É praticamente R$ 10 a 11 milhões que estava previsto na primeira proposta. Insisto para que os meninos possam concluir [o ano letivo]", disse o governador.





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