Vingadora fala sobre sucesso: "todas as músicas são minhas, os ritmos são meus"
A gravação do DVD, que sai com 80 mil cópias, aconteceu na cidade de Ibicuí, no interior do estado, durante a festa junina Brega Light
“Eu cantava em barzinhos e cheguei a integrar uma banda de forró. Quando eu tinha 19 anos e fazia faculdade de Jornalismo, meu atual empresário me ligou com a proposta de fazer uma banda de arrochadeira. A gente sentou e montou o projeto, lançamos o CD e em menos de um mês era o que mais tocava no interior”, conta a cantora, que tem seu primeiro DVD encartado gratuitamente no CORREIO de hoje.
A gravação do DVD, que sai com 80 mil cópias, aconteceu na cidade de Ibicuí, no interior do estado, durante a festa junina Brega Light. O trabalho traz 12 faixas autorais: o sucesso Paredão Metralhadora, Fazer o Crau, Mil Notas de Cem, Danças das Vingadoras, João Joãozinho, Sobe no Paredão, Rainha do Paredão, Coelho na Toca, Rebola Gostoso, Escravo do Prazer, A Minha Mãe Deixa e Vem Ne Mim.
“Todas as músicas são minhas, os ritmos são meus. Mas tenho ajuda para compor uma parte das letras”, conta Tays, que assina algumas das composições com seu empresário, Aldo Rebouças. A banda possiu apenas 11 meses e faz uma mistura de arrocha com o pagode, batizada de arrochadeira.
Uma das característica inusitada da Vingadora é a inclusão do violino. “Quando criamos o projeto, a gente pensou no que vamos trazer de diferente, para não ser só mais um no meio da multidão. E aí veio a ideia do violino! Fazer essa mistura de música clássica com arrochadeira, que até então não existia”, explica a cantora.
difícil você ver um instrumento clássico sendo aplicado em coisas mais populares. Acredito que é algo bem diferente e que é uma coisa que gosto muito, poder unir o erudito ao popular”, conta o violinista da banda, Dan Rodrigues, 25.
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Quando surgiu o projeto de criar a Vingadora, a ideia era quebrar preconceitos do gênero musical e lançar a primeira banda de arrochadeira com uma mulher no comando. O ritmo, até então, era dominado por nomes masculinos como Neto LX e Vini Nogueira, vocalista da banda Kit Ilusão.
“A Vingadora surgiu com a proposta de representação das mulheres, de acabar com o preconceito musical. A gente sofria muito no início, muitas pessoas diziam que não ia dar certo, porque mulher não daria certo na arrochadeira”, diz Tays.
O empoderamento feminino não fica apenas na proposta da banda. O clipe da música Paredão Metralhadora traz Tays como uma guerreira forte e sensual, inspirada no filme Mad Max 3: Estrada da Fúria.
“É muito feminista, lógico! A gente mostra sempre o poder da mulher, que a mulher pode alcançar sempre os mesmos objetivos que os homens. No clipe, por exemplo, tem uma competição de dança com uma guerreira sensual. No fim, são as mulheres que ganham a luta”.
O clipe de Paredão Metralhadora, em menos de um mês, se aproxima da marca de 2 milhões de visualizações. Celebridades como Hugo Gloss, Anitta e Dani Calabresa publicaram referências à música e à coreografia em suas redes sociais, o que atraiu atenção do público nacional para a banda de Itabuna.
“Não esperava esse retorno assim. A gente está com um ano só de banda e estamos com uma repercussão muito grande. A gente vê hoje grandes artistas baianos colocando nosso trabalho no repertório”, revela, entusiasmada.
A banda estreia, essa sexta, a sua primeira temporada de ensaios de Verão, na Select Music Bar, na Pituba. O projeto foi batizado de Sexta do Trá, lembrando o refrão do sucesso Paredão Metralhadora.
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