sexta-feira, 25 de setembro de 2015

ENTRE RIOS-BA: Metade dos alunos do 3º ano não estão alfabetizados; 89% são insuficientes em matématica


Mais da metade dos alunos no 3º ano do ensino fundamental das escolas públicas de Entre Rios, não atingiram níveis mínimos de alfabetização em leitura, escrita e matemática. Esse número foi obtido com base nos dados da ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização), divulgados nesta quinta (17) pelo MEC (Ministério da Educação). A ANA é uma avaliação diagnóstica para o Pnaic (Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa).

O MEC apresentou os resultados da ANA em percentuais por nível de proficiência (o quanto os alunos sabem): 

Entre Rios 
Em leitura, 52,17% dos alunos estão no nível 1 -- o que significa que 5 a cada 10 alunos não está no padrão mínimo. 72,24% deles estão nos níveis 1, 2 e 3 de escrita -- ou seja, 7 a cada 10 estudantes não atende o padrão mínimo. Já em matemática, o resultado é mais dramático: 88,82% estão nos níveis 1 e 2. 

Brasil 
Na escala de leitura, é considerado inadequado apenas o nível 1, onde estão 22,21% das crianças. Em escrita, do nível 1 ao 3 os estudantes demonstram que não aprenderam o esperado. É o caso de 34,46% das crianças. Já em matemática, são considerados níveis insuficientes de aprendizado o 1 e o 2, onde estão 57,07% dos alunos

Bahia - 37% estão no nível 1 em Leitura, na Escrita 55% estão do nível 1 ao 3 e Matemática 78% estão no nível 1 ao 2.

Para se ter uma ideia, uma criança que esteja no nível 3 de escrita já consegue escrever uma frase, mas não alcança a produção de um texto. Em leitura, um aluno no nível 1 consegue ler as palavras, mas não compreende o texto. No caso de matemática, o aluno abaixo do nível 4 não fazer contas com números de três algarismos, como 345 + 220.

Parâmetro dos professores
No programa de formação dos professores do Pnaic, os parâmetros são mais modestos -- apesar de a meta ser a excelência, com o nível 4.

Dentro do Pnaic, o aluno que estiver no nível 2 de leitura e de matemática e no nível 3 de escrita são considerados alfabetizados. Esse é o parâmetro utilizado no trabalho de formação dos professores das escolas públicas, segundo a coordenadora da formação de professores do Pnaic em Pernambuco, a professora Telma Ferraz Leal da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e o coordenador no Paraná, Emerson Rolkouski, da UFPR (Universidade Federal do Paraná). 

"Quando se fala em alfabetização, há várias formas de conceber [esse conceito]", diz Telma. Ela explica que, por exemplo, no senso comum, um aluno está alfabetizado quando reconhece as letras e forma palavras -- o que estaria no nível 1 de leitura. No entanto, dentro do Pnaic, há uma concepção de que deve haver leitura e produção de textos num nível mais avançado.

O mesmo vale para matemática: o nível 2 é considerado suficiente. Mas os professores são formados para atingir o nível 4, conta Emerson. "O percentual no nível 4 representa uma parcela que acertou as questões mais difíceis. Um aluno que chegue ao nível 4 é excepcional", diz o professor da UFPR.

segundo Janine, Ministro da Educação, apenas os estudantes que não passaram do nível 1 preocupam o governo. "O nível 1 é francamente inadequado, a pessoa não consegue ler mais que uma palavra. Isso a gente não pode aceitar, tem que zerar. É um avanço modesto, estamos falando só de escola pública. É claro que será desejado que todos cheguem ao nível 4. Mas, a partir do 2, temos uma pessoa que está lendo e compreendendo o que lê", explicou ele.

A ANA foi aplicada a todos os alunos do 3º ano do ensino fundamental -- ano que finaliza o ciclo de alfabetização nos padrões do governo. O aluno dessa etapa teria oito anos, se não teve reprovação ou não deixou os estudos. Os resultados divulgados nesta quinta são de avaliações aplicadas em 2014 e o MEC cancelou a avaliação de 2015. Segundo a pasta, o cancelamento se deu por motivos pedagógicos. E especialistas chamaram a atenção para certo abandono do Pnaic.

Em Entre Rios 15 escolas receberam as provas, foram válidos resultados de quase 700 alunos
Matemática. 

O que pode ter ocasionando esses dados preocupantes para Educação de Entre Rios, é a falta de estrutura nas escolas, salas lotadas, onde há casos de professores que tem mais de 30 alunos, falta de curso superior de alguns professores, e uma má gestão administrativa e educacional.  Fonte: Ministério da Educação

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