Tamanduás-bandeira mataram dois caçadores em incidentes separados no Brasil, despertando a preocupação relacionada à perda de habitat do animal e ao risco crescente de encontros perigosos com pessoas. Os estudos de caso de dois ataques fatais de tamanduás gigantes foram descritos na revista Wilderness and Environmental Medicine, que divulgou o artigo este mês nainternet, antes de sua publicação em versão impressa, prevista para dezembro. "Ambos eram fazendeiros, estavam caçando e foram atacados por animais feridos ou encurralados", explicou à AFP o principal autor do estudo, Vidal Haddad, da Escola de Medicina da Universidade do Estado de São Paulo, em Botucatu.
O outro caso ocorreu em 2010 com um homem de 75 anos, em Jangada, no Mato Grosso. Ele morreu quando um tamanduá usou suas longas garras dianteiras - que costumam auxiliá-lo a cavar na busca por formigueiros - para perfurar sua artéria femural, situada entre a virilha e a coxa. "Estes ferimentos são muito sérios e não tenho forma de saber se foi um comportamento de defesa adquirido pelos animais", disse Haddad, que assina o artigo junto com Guilherme Reckziegel, Domingos Neto e Fábio Pimentel.
Ele ressaltou que esses ataques são raros, mas disse que são importantes porque revelam a necessidade de as pessoas darem mais espaço aos animais selvagens. Acredita-se que os tamanduás-bandeira ("Myrmecophaga tridactyla") estejam extintos em Belize, El Salvador, Guatemala e Uruguai. Existem 5.000 na natureza e podem ser encontrados em algumas regiões da América Central e do Sul.
No total, sua população caiu cerca de 30% na última década devido à perda de habitat, a atropelamentos, caça, incêndios florestais e à queima de plantações de cana-de-açúcar, segundo a IUCN.
Tamanduás-bandeira têm entre 1,2 e 2 metros e podem pesar até 45 quilos. A especialista em tamanduás Flavia Miranda, que trabalha com estes animais no Brasil, manifestou sua preocupção com o fato de o artigo causar mais problemas para uma criatura que já enfrenta várias ameaças à sua sobrevivência."Nós temos um monte de problemas com essa espécie porque as pessoas acreditam que os animais trazem má sorte e os matam de propósito", explicou em e-mail enviado à AFP. "Mas eu compreendo a importância do artigo porque recentemente também tive um incidente com um tamanduá gigante que quase me custou a vida", concluiu.
Os tamanduás-bandeira comem principalmente insetos, mas também apreciam laranjas e abacates, segundo a cuidadora Rebecca Lohse, que trabalha com estes animais em cativeiro no Zoológico Reid Park, em Tucson, Arizona. "São animais que podem se assustar subitamente. Aviões passando, serras elétricas e sopradores de folhas podem assustá-los", afirmou."A forma como se defendem é ficando de pé nas patas traseiras e agitando as dianteiras", explicou. "Eles têm antebraços incrivelmente fortes e as garras têm vários centímetros", acrescentou, destacando que os cuidadores costumam evitar o mesmo espaço dos animais, conduzindo-os para áreas cercadas diferentes quando se aproximam para limpar seus recintos. (Curta nossa página no Facebook e Twitter.).Com informações da AFP.
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