sábado, 18 de maio de 2013

Mercado sente falta de professores de matemática

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Matemática não é uma carreira que atrai muitas pessoas, porém os profissionais desta área ocupam um papel importante na sociedade, desempenhando, entre outras tarefas, o papel de professor da disciplina nas instituições de ensino. Apesar de sua relevância na formação educacional, não há muito que se comemorar hoje, 6 de maio, ‘’Dia do Matemático’’ ou ‘’Dia Nacional da Matemática’’. Segundo pesquisas, o mercado sofre com a falta de pessoal qualificado na área, sobretudo de professores da disciplina. Tentando reverter esta realidade, o Ministério da Educação pretende lançar, nos próximos meses, um programa de incentivo para que jovens do ensino médio se tornem professores de educação básica, principalmente nas áreas de matemática, química, física e biologia.
‘’Quando um aluno se destaca em matemática ele acaba sendo incentivado pela família e amigos a fazer uma engenharia ou computação, e a matemática acaba ficando de lado’’, queixa-se Ângela Marta Savioli, coordenadora do Colegiado de Matemática da Universidade Estadual de Londrina (UEL). De acordo com ela, realidade parecida é enfrentada também pelas disciplinas de química e física. Atualmente, a UEL oferece 70 vagas, sendo 30 para bacharelado e 40 para licenciatura. Ambos os cursos têm quatro anos de duração.
A concorrência, em média, é de apenas dois alunos por vaga. ‘’Hoje há falta de profissionais atuando em praticamente todas as áreas. A evasão dos cursos também chama a atenção. Nas duas modalidades chega a ultrapassar 30%. Para mudar isso é preciso estimular o aluno a ter prazer na matemática desde o início da escola e tentamos fazer isso com nossos alunos, mas esta mudança é um processo que deve levar tempo’’, pondera.
A professora ressalta que as duas habilitações formam alunos com enfoques diferentes. No bacharelado, os estudantes são preparados para o ensino em universidades e na licenciatura para o magistério no ensino fundamental e médio. Mas, vale lembrar que a carreira de matemática tem inúmeras possibilidades de atuação, entre elas, centros de pesquisa, instituições financeiras, empresas, indústrias e consultorias.
Com um campo de trabalho vasto e que não se restringe as salas de aula, os salários da área também têm alta variação. Geralmente, flutuam entre R$ 2,5 mil e R$ 7 mil, conforme Ângela.
A vice-coordenadora de colegiado, Neuza Teramon acrescenta que a matemática não encontra tantos adeptos por ser uma matéria contínua, em que cada conteúdo é cumulativo e influência o entendimento das próximas disciplinas do curso. ‘’Na matemática, algo que se aprende hoje será utilizado lá na frente e se esse primeiro conteúdo não foi bem assimilado fica difícil acompanhar. O que acaba desmotivando os alunos’’, aponta. Para vencer esse problema, segundo ela, a única maneira é estudar os conteúdos com muito afinco.
Para Neuza, o Governo Federal está criando programas que estimulam o aprendizado da matemática, como as Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), além de dar bolsas de incentivo para alunos que já estejam se graduando, mas, pondera que tudo ainda está no início. ‘’Acredito que programas assim podem mudar a realidade da falta de profissionais’’, comenta.
Hoje, o Paraná possui 39 cursos de matemática, parte deles de ensino a distância, conforme o Ministério da Educação. Neuza argumenta que as principais universidades estaduais do Paraná e também a federal possuem a graduação, o que falta mesmo são estudantes interessados em se especializar.

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