RIO DE JANEIRO - No show business há uma lenda que afirma ser muito mais difícil manter o sucesso do que alcançá-lo.
Em uma época onde qualquer anônimo pode ter direito aos seus cinco minutos de fama com um vídeo gravado em casa e postado em uma rede social, fica cada vez mais complicado existir espaço para tantas celebridades nos meios de comunicação.
A dupla Pepe e Neném sabe bem disso. No final da década de 90, as cantoras venderam mais de 150 mil cópias de seu primeiro álbum, conquistaram as paradas de sucesso e se tornaram presença cativa em programas de TV.
Segundo elas, após terem sido roubadas por seu empresário, as irmãs viram os convites cessarem. “Se você não está na TV, não tem música no rádio, ninguém contrata seu show”, contou Neném ao Famosidades.
Durante oito anos, elas amargaram o ostracismo e tiveram bastante dificuldade para encarar a nova realidade. Sem desistir da carreira, as cantoras passaram todo esse tempo implorando aos poucos amigos uma nova chance.
“Ligava pedindo para colocarem a gente para tocar em eventos. Foi bem difícil. Nosso motorista foi uma das poucas pessoas que ficaram do nosso lado sem receber e chegou a emprestar dinheiro para a gente”, afirmou.
Assim como os amigos, o dinheiro também desapareceu. Voltar a lidar com problemas financeiros foi bastante traumático para a dupla. “Vendemos nossa casa e fomos viver de aluguel. Pagamos dívidas com o dinheiro da casa que compramos com nosso sucesso. Foi um erro. Jamais deveríamos ter vendido nossa casa”, desabafou Neném.
Muitos artistas entram em depressão quando as luzes se apagam. Há relatos de celebridades que, no auge do desespero, cogitam tirar sua própria vida. “Nunca pensamos em fazer uma coisa dessas. Nossa vontade sempre foi batalhar pelo sucesso novamente. Mas passamos um período em depressão, sim. Não vou mentir.”
“A vendagem do meu primeiro disco foi fraca. Sabia que a gravadora não iria bancar um novo projeto. Bateu uma desanimada forte. Só continuei por causa dos meus fãs”, disse.
Atualmente, Lopes é vocalista da banda de axé Rapazzola. “Amo o que eu faço e, no que depender de mim, vou morrer no palco”, garantiu.
Ex-vocalista da Banda Cheiro de Amor, Carla Visi carregava multidões por onde passava durante o boom do axé na década de 90. Sem o mesmo sucesso de outrora, a cantora afirma não ter voltado para o anonimato.
“Não estou no programa da Xuxa, nem tenho músicas nas rádios do eixo Rio-São Paulo, mas continuo trabalhando e sempre recebo carinho das pessoas na Bahia”, declarou.
Para Carla, sua transição do Cheiro para a carreira solo deveria ter sido feita de maneira diferente. Ela acredita que lhe faltou maturidade na hora de dar seus primeiros passos fora da banda que, atualmente, tem nos vocais a cantora Aline Rosa.
"Achei que talento e um lindo repertório em uma gravadora multinacional fossem suficientes para fazer a carreira andar”, assumiu.
Já o ator Taiguara Nazareth resolveu dar um tempo na profissão para poder se manter financeiramente. Preocupado com sua situação, o participante da primeira edição da “Casa dos Artistas” arrumou um emprego no ramo imobiliário.
“Trabalho como gerente de vendas porque preciso pensar nas minhas contas no final do mês.”
Enquanto não consegue retornar aos folhetins, Taiguara faz planos para aproveitar a fama alcançada no reality produzido pelo SBT há dez anos. Nas próximas eleições, ele vai se candidatar a vereador pelo PT paulista. “Não estou querendo aparecer, sempre fui ativista”, garantiu.
Cansada da falta de convites para trabalhar na TV, a atriz Juliana Martins parou de se queixar e arregaçou as mangas. A protagonista da primeira temporada de “Malhação” abriu uma produtora para escolher seus próprios trabalhos.
"Televisão é como cinema, quem não produz, tem que esperar convite. Teatro te dá uma liberdade maior, tanto de você estar efetivamente trabalhando”, explicou
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