Os "aulões" fazem parte do pacote de medidas do governo voltado a alunos do terceiro ano do ensino médio.
O conceito é simples: muitos alunos na plateia, professores revezando o microfone e, nos intervalos, música. "É um espetáculo. Diferente do que teríamos na sala, com o professor próximo da turma", diz Jadson Almeida, 20, que quer cursar enfermagem.
Larissa Lima, 16, gostou da iniciativa por poder relembrar alguns temas. Mas, para ela, o "aulão" busca disfarçar o impasse da greve. "Deveríamos ter aulas normais e 'aulões' como complemento."
O professor Jorge Portugal, conhecido na Bahia por seus programas educativos na TV, está à frente da empreitada, como consultor da Abais.
A empresa fechou outro contrato com o governo, de R$ 1,9 milhão, para fazer 175 programas de TV com temas do Enem e de vestibulares.
"Temos produção de data-show, transporte, equipes que precisam ir ao interior e professores de ponta, que ganham mais do que os da rede estadual", disse Portugal, justificando o investimento.
Para a professora da UFBA (Universidade Federal da Bahia) Sandra Marinho, os gastos são discrepantes em relação ao ensino público.
"Temos escolas em situação precária, com acervos de bibliotecas ameaçados. É a mercantilização da educação e a desqualificação dos profissionais da rede pública."
Em nota, o governo disse que a Abais foi contratada pela "capacidade técnica, pedagógica e de infraestrutura" e que 200 mil alunos serão beneficiados. Ontem, cerca de 60 professores protestaram em frente à escola durante o "aulão".
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