sexta-feira, 27 de abril de 2012

Avenida Brasil é a melhor novela do momento


Que Avenida Brasil é a melhor novela do momento não resta qualquer dúvida. Que o folhetim de João Emanuel Carneiro parece caminhar para repetir o feito da obra anterior do autor e se tornar a melhor novela da atual década também parece ponto pacífico. O que vem se tornando rotina, contudo, são os capítulos memoráveis que vem acontecendo com grande frequência.

O capítulo exibido nesta quinta-feira, 26, que teve como plot principal o sequestro forjado da vilã Carminha (Adriana Esteves) foi mais um para a coleção de capítulos épicos da trama que sequer chegou aos 30 capítulos exibidos. Para uma trama com menos de um mês no ar, o número de dias acima da média - não da novela, mas do que é comum no formato - surpreende, mesmo se tratando de João Emanuel Carneiro.

Após uma estreia com ares de genialidade e outros grandes momentos, parece que o autor e sua produção estão dispostos a tornar Avenida Brasil inesquecível e contam, para isso, com toda uma equipe absolutamente inspirada. Se João Emanuel parece uma fonte interminável de criatividade ao escrever os capítulos - o texto de ontem mostrou como o autor está afiado e sem medo de criar situações e diálogos incrivelmente ricos - seus diretores não ficam por menos.

Sob o comando do excelente Ricardo Waddington, a direção é um dos grandes pontos do folhetim até aqui. A cena do sequestro de Carminha poderia ter sido um dos momentos constrangedores da TV brasileira, se não o foi, deve-se muito ao ótimo trabalho de quem dirigiu a sequência. A câmera nervosa funcionou muito bem para o momento, tal qual os takes no momento correto e, principalmente, a trilha envolvente - ponto alto do folhetim.

E o elenco não deixa por menos. Se Débora Falabella como protagonista não decepciona, especificamente ontem, a atriz esteve melhor ainda. Ao encarnar uma espécie de detetive para descobrir onde ficava o esconderijo de Carminha, a personagem Nina teve de enfrentar momentos importantes e Débora esteve bem em todos. Assim como todo o núcleo mostrou seu talento, o que já é comum na novela. Mas o destaque mesmo foi Adriana Esteves. Após um começo arrasador como uma vilã implacável, a atriz viu sua personagem viver uma vida de fingimento, tendo que se tornar uma "mulher de bem" para garantir a boa vida com o casamento. Mas no capítulo de ontem, a Carminha que o público conheceu na estreia esteve de volta e mais forte do que nunca. O texto da vilã dito pela atriz soa de forma genial e as caras e bocas que Adriana faz dá um charme ainda maior para as sequência - a cena da personagem dentro do carro reclamando dos sequestradores foi simplesmente épica.

João Emanuel Carneiro repete sua estratégia de sucesso e mostra que em A Favorita, as grandes viradas e os capítulos épicos não eram exceções, mas são regras da vida deste autor que, aparentemente, caminha para se tornar um dos maiores nomes da teledramaturgia nacional. E, com Avenida Brasil, isso parece apenas se consolidar.

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