Motivação
é um dos principais desafios dos professores atualmente. Entre tantas
novidades tecnológicas, os jovens tendem a ficar cada vez mais
dispersos, principalmente, no estudo de matérias consideradas
complicadas, como a Matemática. Porém muitos educadores já trabalham
buscando metodologias diversas, com o objetivo de dar significado aos
conceitos matemáticos que, para alguns, podem parecer algo distante da
vivência prática do dia a dia. Um exemplo de como isso pode ser feito é
pela Modelagem Matemática, que, em linhas gerais, é a área da Matemática
que tenta aproximá-la da realidade e vice-versa.
Entretanto
as mudanças são gradativas, o professor de Matemática ainda está
modificando sua postura perante a Educação, de forma a priorizar uma
aprendizagem para a vida, em detrimento da memorização temporária.
Roberta Braga, professora do curso de Matemática da Universidade Federal
do Pará (UFPA) em Castanhal, acredita que os educadores vêm cada vez
mais explorando a realidade e buscando alternativas criativas,
explorando, também, o raciocínio lógico, utilizando materiais concretos,
criando ambientes e contextos diferenciados para a aplicação do
conhecimento.
Método para contextualizar a Matemática -
A Modelagem Matemática estuda a simulação de sistemas reais a fim de
prever o comportamento deles. À primeira vista, parece uma definição
complicada. Mas, quando transferida para a área da Educação, a Modelagem
Matemática torna-se uma metodologia alternativa para o ensino desta
disciplina, podendo ser utilizada nos Ensinos Fundamental, Médio e
Superior.
“Esta
área é explorada com o objetivo de interpretar e compreender os mais
diversos fenômenos do nosso cotidiano e permite que o educador trabalhe
de maneira criativa e motivadora”, considera a professora Roberta Braga.
Para ela, a falta de interesse de muitos estudantes está diretamente
ligada à motivação dos alunos para com a Matemática. “O aluno precisa
estar motivado e, se a aula de Matemática for monótona, cansativa, sem
meios que instiguem ou estimulem a curiosidade e a criatividade dos
alunos, eles não terão interesse por Matemática ou por qualquer outra
disciplina, optando por atividades de passividade, que não necessitam de
compreensão e raciocínio, como é o caso das mídias tão presentes na
atual sociedade”.
Para
a pesquisadora, faz-se necessária a atenção para diversas áreas do
conhecimento para atender as necessidades do aprendiz, uma vez que o
indivíduo atual necessita de um olhar diferenciado dos professores para
uma aprendizagem efetiva.
Terror dos estudantes –
Julgada por muitos, já desde pequenos, como uma matéria difícil, a
Matemática é, para uma parte dos estudantes, o maior desafio entre todas
as matérias escolares. “Mas, na verdade, a disciplina não é nada
aterrorizante, o que é aterrorizante são os processos pelos quais os
alunos são submetidos para memorizá-la, quando, na verdade, o processo
deve priorizar a compreensão e aplicação dela, fazendo uso de
aproximações da Matemática teórica com a Matemática prática”, considerou
Roberta.
Dificuldade -
Lara Sampaio, estudante de Licenciatura em Língua Portuguesa, na
Universidade Estadual do Pará (UEPA), teve péssimas experiências com as
aulas de Matemática no colégio, vivências que hoje a fazem dizer que
odeia Matemática. “Exceto as quatro operações básicas da Matemática, não
vejo qual a motivação social para se aprender regra de três, raiz
quadrada e outras coisas do tipo”, falou a estudante, que, da 5ª série
do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio, tirou notas baixas
na disciplina, ela recorreu a um professor particular, mas sempre ficava
para recuperação no meio e no final do ano. “Logo no início, minha mãe
me repreendia bastante, mas, depois, ela começou a encarar com
naturalidade o fato de que nunca aceitei bem o ensino da Matemática”.
É possível gostar de Matemática –
Já para a Tarcyana Figueiredo, graduada em Matemática, essa disciplina
faz parte da história de vida dela. “Sempre gostei de Matemática e nunca
tive dificuldades. No ensino fundamental, não percebia essa aversão
toda à Matemática por parte dos meus colegas de turma, mas, quando
ingressei no ensino médio, comecei a me destacar bastante, talvez, por
gostar da matéria. Na hora de escolher o que iria cursar na
Universidade, a escolha foi bem simples, como já tinha afinidade com a
disciplina, essa sempre foi a minha opção de curso no ensino superior”.
Para
ela, o problema de as pessoas não gostarem de Matemática não está na
matéria em si, mas, sim, no ensino básico, “o aprendizado da Matemática é
algo que vai sendo construído. Tudo que você aprende nas primeiras
fases do ensino vai ser usado mais à frente, então, se um aluno não
assimilou bem um assunto básico, ele, provavelmente, irá ter
dificuldades com o passar do tempo”.
Mas
que iniciativas poderiam ser tomadas para tornar a Matemática mais
atrativa? Tarcyana usa o exemplo dos jogos de raciocínio, os quais, se
usados de maneira adequada no ensino fundamental, podem tornar o ensino
da disciplina mais atrativo aos pequenos. A informática também é um meio
de fazer com que os alunos enxerguem o assunto na vida deles. “As
pessoas precisam perceber a Matemática como algo que está no nosso dia a
dia. Ela é base para muitas áreas do conhecimento e usada em várias
outras que algumas pessoas nem imaginam, como na Biologia, por isso é
tão importante um ensino eficiente e, ao mesmo tempo, dinâmico”,
completou a bacharel.
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