terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ensino da Matemática requer dinamismo e novas estratégias por parte dos professores












Motivação é um dos principais desafios dos professores atualmente. Entre tantas novidades tecnológicas, os jovens tendem a ficar cada vez mais dispersos, principalmente, no estudo de matérias consideradas complicadas, como a Matemática. Porém muitos educadores já trabalham buscando metodologias diversas, com o objetivo de dar significado aos conceitos matemáticos que, para alguns, podem parecer algo distante da vivência prática do dia a dia. Um exemplo de como isso pode ser feito é pela Modelagem Matemática, que, em linhas gerais, é a área da Matemática que tenta aproximá-la da realidade e vice-versa.
Entretanto as mudanças são gradativas, o professor de Matemática ainda está modificando sua postura perante a Educação, de forma a priorizar uma aprendizagem para a vida, em detrimento da memorização temporária. Roberta Braga, professora do curso de Matemática da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Castanhal, acredita que os educadores vêm cada vez mais explorando a realidade e buscando alternativas criativas, explorando, também, o raciocínio lógico, utilizando materiais concretos, criando ambientes e contextos diferenciados para a aplicação do conhecimento.
Método para contextualizar a Matemática - A Modelagem Matemática estuda a simulação de sistemas reais a fim de prever o comportamento deles. À primeira vista, parece uma definição complicada. Mas, quando transferida para a área da Educação, a Modelagem Matemática torna-se uma metodologia alternativa para o ensino desta disciplina, podendo ser utilizada nos Ensinos Fundamental, Médio e Superior.
“Esta área é explorada com o objetivo de interpretar e compreender os mais diversos fenômenos do nosso cotidiano e permite que o educador trabalhe de maneira criativa e motivadora”, considera a professora Roberta Braga. Para ela, a falta de interesse de muitos estudantes está diretamente ligada à motivação dos alunos para com a Matemática. “O aluno precisa estar motivado e, se a aula de Matemática for monótona, cansativa, sem meios que instiguem ou estimulem a curiosidade e a criatividade dos alunos, eles não terão interesse por Matemática ou por qualquer outra disciplina, optando por atividades de passividade, que não necessitam de compreensão e raciocínio, como é o caso das mídias tão presentes na atual sociedade”.
Para a pesquisadora, faz-se necessária a atenção para diversas áreas do conhecimento para atender as necessidades do aprendiz, uma vez que o indivíduo atual necessita de um olhar diferenciado dos professores para uma aprendizagem efetiva.
Terror dos estudantes – Julgada por muitos, já desde pequenos, como uma matéria difícil, a Matemática é, para uma parte dos estudantes, o maior desafio entre todas as matérias escolares. “Mas, na verdade, a disciplina não é nada aterrorizante, o que é aterrorizante são os processos pelos quais os alunos são submetidos para memorizá-la, quando, na verdade, o processo deve priorizar a compreensão e aplicação dela, fazendo uso de aproximações da Matemática teórica com a Matemática prática”, considerou Roberta.
Dificuldade - Lara Sampaio, estudante de Licenciatura em Língua Portuguesa, na Universidade Estadual do Pará (UEPA), teve péssimas experiências com as aulas de Matemática no colégio, vivências que hoje a fazem dizer que odeia Matemática. “Exceto as quatro operações básicas da Matemática, não vejo qual a motivação social para se aprender regra de três, raiz quadrada e outras coisas do tipo”, falou a estudante, que, da 5ª série do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio, tirou notas baixas na disciplina, ela recorreu a um professor particular, mas sempre ficava para recuperação no meio e no final do ano. “Logo no início, minha mãe me repreendia bastante, mas, depois, ela começou a encarar com naturalidade o fato de que nunca aceitei bem o ensino da Matemática”.
É possível gostar de Matemática – Já para a Tarcyana Figueiredo, graduada em Matemática, essa disciplina faz parte da história de vida dela. “Sempre gostei de Matemática e nunca tive dificuldades. No ensino fundamental, não percebia essa aversão toda à Matemática por parte dos meus colegas de turma, mas, quando ingressei no ensino médio, comecei a me destacar bastante, talvez, por gostar da matéria. Na hora de escolher o que iria cursar na Universidade, a escolha foi bem simples, como já tinha afinidade com a disciplina, essa sempre foi a minha opção de curso no ensino superior”.
Para ela, o problema de as pessoas não gostarem de Matemática não está na matéria em si, mas, sim, no ensino básico, “o aprendizado da Matemática é algo que vai sendo construído. Tudo que você aprende nas primeiras fases do ensino vai ser usado mais à frente, então, se um aluno não assimilou bem um assunto básico, ele, provavelmente, irá ter dificuldades com o passar do tempo”.
Mas que iniciativas poderiam ser tomadas para tornar a Matemática mais atrativa? Tarcyana usa o exemplo dos jogos de raciocínio, os quais, se usados de maneira adequada no ensino fundamental, podem tornar o ensino da disciplina mais atrativo aos pequenos. A informática também é um meio de fazer com que os alunos enxerguem o assunto na vida deles. “As pessoas precisam perceber a Matemática como algo que está no nosso dia a dia. Ela é base para muitas áreas do conhecimento e usada em várias outras que algumas pessoas nem imaginam, como na Biologia, por isso é tão importante um ensino eficiente e, ao mesmo tempo, dinâmico”, completou a bacharel.

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