segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Preso por começar incêndio em favela teria trancado parceiro em barraco em chamas, diz polícia




Moradores vizinhos ao barraco do travesti Fidelis Melo de Jesus, 37, conhecido como Eliete, afirmaram em depoimento no 77º DP que o incêndio na favela do Moinho, na região central de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (17), foi causado por ele durante uma briga com seu parceiro, Damião de Melo, 38, que morreu carbonizado. Os dois estavam em um relacionamento homoafetivo havia cinco anos.
De acordo com o delegado titular do DP, Marcos Galli Casseb, os dois eram usuários de droga e estavam no meio de uma discussão quando Eliete teria ateado fogo a uma camiseta no barraco e o trancado por fora, deixando o parceiro do lado de dentro. O travesti deixou a favela em uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e foi encontrado no Hospital Barra Funda, sob efeito de drogas.
Um morador da favela, no entanto, afirmou que entrou no barraco em chamas no início do incêndio para tentar apagar o fogo e que a porta não estava trancada. "O barraco estava aberto, eu entrei no barraco do fogo",  contou o repositor Marcos Antônio de Moura, 31, que mora na comunidade há dez anos, atualmente com o filho de dois anos.
Fidelis Melo de Jesus se encontra detido no 77º DP e nega que tenha ateado fogo ao local e iniciado o incêndio na favela. A polícia desconhece o motivo da susposta discussão. Damião havia deixado a cadeia, onde cumpria pena por roubo e furto, em junho deste ano. Já Eliete não tinha passagem pela polícia. De acordo com a delegada Aline Gonçalves, ele pode pegar de 12 a 30 anos de prisão se condenado por homicídio qualificado e por incêndio doloso.

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