quarta-feira, 18 de julho de 2012

Servidores em greve fazem marcha na Esplanada dos Ministérios

Servidores federais em greve de várias carreiras do funcionalismo público fechararm as seis faixas da Esplanada dos Ministérios durante marcha na  manhã desta quarta-feira (18). Os manifestantes exigem a abertura de negociação sobre reajuste salarial com o governo


Servidores federais fecham todas as seis pistas da Esplanada dos Ministérios durante passeata na manhã desta quarta-feira (18) (Foto: Antonio Cruz/ABr)



Os servidores pedem uma reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para discutir as três principais reivindicações da categoria: reajuste salarial, implantação do plano de carreira e melhores condições de trabalho.
G1 entrou em contato com o Ministério do Planejamento, mas até a última publicação desta reportagem a assessoria de comunicação não soube informar se a ministra Miriam Belchior iria ter o encontro com os grevistas.
O diretor da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras, Pedro Rosa, explicou que o movimento é unificado.

“Todas as carreiras do serviço público decidiram se unir para lutar juntas por melhorias. O governo precisa valorizar o seu profissional. No nosso caso, em especial, somos totalmente contra as privatizações dos hospitais universitários. Isso é entregar o patrimônio público para a iniciativa privada.”

Grevistas realizaram o enterro simbólico da presidente Dilma Rousseff durante manifestanção na Esplanada (Foto: Dida Sampaio/AE)
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) cobra do governo negociação imediata com os trabalhadores. O presidente da entidade, Sérgio Ronaldo da Silva, pede para que o governo mostre os gastos reais.
“O governo precisa colocar os números na mesa, mas os números reais e não os fabricados. Estamos fartos de ouvir que não há recursos quando não é verdade. E o pior é ouvir do governo que esses dias de greve vão ser cortados. Isso é um absurdo”.
Professora e filho viajam mais de 2,5 mil quilômetros para cobrar da presidente Dilma Rousseff reajuste salarial para os docentes (Foto: Patrícia Alencar/G1DF)
Professores
No que diz respeito aos professores das universidades federais em greve, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça (17) que "não há margem fiscal para ir além" da proposta de aumento que o governo ofereceu aos professores federais em greve.

Na semana passada, o governo apresentou novo plano de carreira e reajuste de até 45%, mas parte da categoria é contra.

"O valor da proposta [tem impacto] de R$ 4 bilhões. Não há margem fiscal para ir além", afirmou o ministro, após participar, em Brasília, de reunião com 42 reitores de universidades em greve.
A professora da Universidade Federal de Rondônia Celeste Said, de 53 ano, viajou mais de 2,5 mil quilômetros para participar da marchar na Esplanada dos Ministérios. E ela não embarcou só, fez questão de trazer o filho Marcustullius Said, de 4 anos.

“É uma forma de ensinar desde cedo que ele precisa lutar pelos seus direitos. Viajamos juntos e estamos nesta luta juntos”, disse.

Dois meses de greve
A greve de professores das universidades e institutos federais completou dois meses nesta terça com a maior adesão já registrada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Até a segunda-feira (16), 57 das 59 universidades estavam paradas, além dos 37 institutos e centros de educação tecnológica, que incluem o Colégio Pedro II.
Estudantes picham fachada do Ministério da Educação durante manifestação de professores, estudantes e servidores federais na Esplanada dos Ministérios nesta quarta (18) (Foto:  André Borges/Folhapress)
De acordo com a primeira-secretária da entidade, Marina Barbosa, a categoria já esteve paralisada por mais tempo no passado, mas nunca com esse alcance.
O movimento teve início em 17 de maio com a adesão de 20 universidades, como forma de pressionar o governo a definir as mudanças na carreira e no salário antes do envio do Orçamento 2013 ao Congresso Nacional, em 31 de agosto.
Um mês depois, uma negociação marcada para 19 de junho com o governo federal foi adiada sem nova data. Após 57 dias de protestos e a adesão de quase 100% das instituições, os ministérios do Planejamento e da Educação se reuniram com diversas entidades sindicais na sexta para propor um novo plano de carreira.






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