terça-feira, 15 de maio de 2012

Sem acordo, greve dos professores é mantida e completa 35 dias na Bahia

Assembleia geral realizada nesta terça-feira não resolve impasse grevista.
Professores mantêm pedido de reajuste salarial de 22,22%;


A greve dos professores da rede estadual de ensino está mantida, é o que decidiu a categoria durante mais uma assembleia ocorrida nesta terça-feira (15). É o 35° dia do movimento, que pede reajuste salarial de 22,22% para todos os níveis da classe. Mais de milhão de estudantes estão sem aulas.
O encontro desta manhã aconteceu no Centro Administrativo da Bahia e prestou homenagem a uma professora que morreu por problemas de saúde na segunda-feira (14).
Os profissionais da educação da Bahia pedem reajuste de 22,22% para todos os níveis da categoria. O governo, no entanto, afirma que irá seguir o projeto que enviou e foi aprovado pela Assembleia Legislativa: reajuste de 6,5% para todos os professores (assim como para os servidores estaduais) e 22% apenas para aqueles que dão aulas no ensino médio. A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o ponto dos grevistas foi cortado.
Eles contam que estão sem poder usar o CredCesta, um tipo de empréstimo consignado para compra na Cesta do Povo, centro de abastecimento estatal. "O governo do estado, ao cortar o salário, também retirou dos professores o direito de comprar na Cesta, porque, se eu não tenho salário, não tenho margem para consignar crédito e comprar. Mas muitos professores, pais de família, também utilizam deste crédito para sobreviver", afirma Marilene Betros, vice-presidente da Associação dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB).
Na sexta-feira (11), o coordenador geral do sindicato dos professores, Rui Oliveira, e a secretária da Confederação Nacional dos Professores em Educação, Marta Vaneli, se reuniram em Brasília com representantes do Ministério da Educação e pediram intervenção na realidade baiana. "Nós entregamos um documento denunciando o que o governo fez aqui com a lei do piso. Desrespeito à lei do piso, transformou salário em subsídio e pedimos intervenção do MEC no sentido de agilizar questões aqui da Bahia. O MEC se comprometeu e hoje à tarde ficou de dizer a gente o resultado desta resposta", afirma.
Na quinta-feira (10), o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger se reuniu com representantes dos professores da rede estadual de ensino, na tentativa de mediar as negociações com o governo, com o inutuito de encerrar a greve da categoria na Bahia que já dura 31 dias. "Ele recebeu uma comissão nossa, disse que falou com o governador, que estava intransigente, mas que insistiria e segunda-feira nos daria um retorno", diz Rui Oliveira sobre o encontro com Krieger.
O arcebispo também se reuniu no mesmo dia com o secretário da Educação do Estado da Bahia, Osvaldo Barreto, que afirmou que o governo sempre esteve aberto ao diálogo com os professores. O secretário, segundo a assessoria do governo, também teria dito para Krieger que o valor pago aos professores está acima do piso nacional, com remuneração superior a de estados como Rio de Janeiro e São Paulo, além de oferecer um plano de carreira estruturado.

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