Dezenas de professores e sindicalistas participaram do panelaço em Itabuna(Foto Jeremias Ribeiro).
Os professores da rede estadual entraram hoje no 42º dia de greve na Bahia ainda sem perspectivas de retomada de negociações com o governo baiano. Hoje, a categoria promoveu “panelaço” pelas principais ruas do comércio central de Itabuna.
João Rodrigues, presidente da Associação dos Professores de Itabuna (API), ligado à APLB-Sindicato, concedeu entrevista ao PIMENTA. Para ele, é necessário ao governo chamar a categoria para o diálogo e comprovar que não tem capacidade de pagar os 22,22% para todos os padrões (níveis) da educação.
Confira entrevista com o sindicalista momentos após o panelaço.
PIMENTA – O que a categoria exige para retornar à sala de aula?
JOÃO RODRIGUES - A nossa proposta é que o governo cumpra o acordo de 2011, pagando os 22,22% para todos os padrões. Do contrário, ele tem que comprovar que não tem condições de pagar e aí fazer a contraproposta. O que não pode ser é reajuste de 6,5%.
Se o governo reabrir o diálogo, a categoria retorna ao trabalho?
A gente precisa ver qual é a proposta de diálogo deles, porque dizer que vai restituir o que descontou e que vai pagar mais, negociar calendário… Isso é trâmite normal.
A categoria tem alguma avaliação do impacto de aumento de 22,22% para todos os níveis?
Não, até porque o estado não apresentou, claramente, quais as suas receitas e despesas na área da educação.  O estado tem que aplicar, na educação, o mínimo de 30% da sua receita.
O governo está testando o professorado, pra ver até onde a gente vai, está experimentando a força da categoria.
Qual é a média salarial do professor da rede, hoje?
O professor do padrão A recebe R$ 1.200,00 por 40 horas. O governo do estado desarticulou todo o piso básico. O salário vai para R$ 1.600,00 no padrão A com as incorporações e subsídios. O subsídio não é legal, não pode entrar nessa conta no piso.

Qual o nível de adesão à greve hoje em Itabuna?
Gira em torno de 90%. O [Colégio] Ciso aderiu à greve parcialmente, assim como duas outras escolas, a Carlos Salério e o Lions.
São 41 dias de paralisação, além da greve dos policiais militares. Quantos dias de greve mais não afetaria de vez o ano letivo?
50, 60 dias já afetaria o ano letivo, isso se não tiver recesso de junho e tivermos aula em todo mês de dezembro. Não queremos chegar ao nível de Minas Gerais, onde a greve dura 102 dias. Eu, pessoalmente, acho que o governo está testando o professorado, pra ver até onde a gente vai, está experimentando a força da categoria.

Fonte: Pimenta na Muqueca