quinta-feira, 10 de maio de 2012

DROGAS, MORTE E O SOFRIMENTO DE UMA MÃE


A angústia de três meses e 18 dias na vida da agente de saúde Vera Lúcia Rodrigues Alves Dias, 49, parece ter chegado ao fim. Isso porque a polícia desenterrou, na manhã de ontem, os restos mortais que devem ser de Tiago Rodrigues Alves Dias, 25, desaparecido desde o último 20 de janeiro.
Nesta data, ele foi visto pela última vez entrando com outra pessoas em uma mata em Simões Filho (Grande Salvador) no bairro Simões Filho I. Horas depois, sete pessoas saíram da mata com equipamentos de cavar, menos Tiago.
“Sabia que Deus não ia deixar meu filho morrer como um cachorro e não ser enterrado”, declara Vera. Um dos homens vistos saindo da mata foi Jones Santos da Purificação, 21, preso por tráfico de drogas em Camaçari (Grande Salvador) há 20 dias. A informação sobre a prisão de Jones chegou até os policiais da 22ª Delegacia Territorial (Simões Filho), unidade que investiga o desaparecimento de Tiago. Ontem, Jones levou os policiais à mata onde Tiago foi executado com quatro tiros e depois enterrado.
De acordo com o titular da 22ª DT, Antonio Fernando do Carmo, Jones primeiro negou participação no crime, depois apontou o local. “Temos informações de pessoas que viram ele entrando na mata com os comparsas e Tiago. Ele vai ser indiciado por homicídio e ocultação de cadáver”, explica o delegado.
O Trauma permanece
Mostrado primeiramente pelo Jornal Online Massa! mostrou o drama de Vera Lúcia em reportagem publicada no dia 2 de fevereiro. Ela já sabia que o filho tinha sido morto e enterrado na mata e fez um apelo aos assassinos para que dissessem onde o corpo de Tiago estava. Um exame de DNA será feito para comprovar que os restos mortais encontrados ontem são de Tiago, mas Vera tem certeza. Ela está mais aliviada, porém não suporta mais viver em Simões Filho.
“Vou embora para o Rio Grande do Sul. Minha família está lá. Apesar da violência estar em todos os lugares, o que aconteceu aqui foi muito marcante”, explica. Desde que o filho sumiu, Vera foi afastada do emprego por não ter condições psicológicas para trabalhar. Ela disse acreditar na polícia e na Justiça. “Se a polícia e a Justiça se empenharem mais, o bem vai prevalecer”, acredita. “As mães devem ser mais enérgicas e acompanhar mais os filhos”, aconselha Vera Lúcia.

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