sexta-feira, 20 de abril de 2012

Já são 72 fazendas ocupadas por índios no Sul da Bahia



Foto: Reprodução Internet
Foto: Reprodução Internet
Neste dia do índio (19 de abril), os conflitos e a tensão continuam no Sul da Bahia. A polícia de Pau Brasil divulgou, na quarta-feira (18), que 72 fazendas  já foram ocupadas pelos índios pataxó hã-hã-hãe. O delegado, Sagro Bonfim, afirma que das invasões 59 ocorreram em Itaju do Colônia, 4 em Camacan e 9 em Pau Brasil.
Em Itaju do Colônia, os fazendeiros estão tentando, sem sucesso, retirar os animais de dentro das fazendas, mas além do clima de conflito, não há local para guardar os bichos.
Em Pau Brasil, os donos das terras, ameaçaram entrar em confronto. Eles irão se reunir esta semana para estabelecer uma data prazo para que o Supremo Tribunal Federal julgue a ação da Funai que pede a nulidade dos títulos de terra dados a fazendeiros pelo Estado e que já tramita na Corte há quase 30 anos. Os proprietários ameaçam se armar e retomar as terras.

O lado dos índios

O site “Índios Online” publicou na quarta-feira (18) o relato de uma índia, identificada como Yonana, que fala sobre a situação de seu povo nas terras recentemente ocupadas. Segundo ela, os indígenas estariam proibidos de circular na cidade de Pau Brasil.
 Confira parte desta publicação:
 "Relatamos a todos que não estamos vivendo em paz. Neste momento estamos sendo ameaçados e perseguidos pelos fazendeiros que pretende tirar a vida dos nossos parentes indígenas.
Depois que retomamos a região do Rio Pardo do município de Pau Brasil, os fazendeiros vem causando muita violência contra nós indígena. Na cidade de Pau Brasil aonde nós compramos e vendemos o nossos produtos não podemos trafegar neste local, porque os pistoleiro  querem tirar a  vida do nosso parente. Para isso eles estão contando com a participação de algumas pessoas da cidade para ficar contra nós.
(...) Além disso, bateram em índios que estava na cidade fazendo compra, essas violências que fizeram, não teve justiça para os agressores.
Diante desta situação, nossa aldeia não tem atendimento medico a equipe de saúde foram impedidos de fazer os seus trabalhos na aldeia, caso prosseguisse os pistoleiro iriam tirar  suas vidas.
A escola não esta funcionado, o ônibus escolar também foi impedido de trafegar pela cidade, alunos da nossa aldeia não estão estudando, e recebendo em troca enormes prejuízo para a comunidade
(...)
Todas essas situações que estamos passando, só têm a recorrer pela justiça, pedimos ao STF que faça acontecer o julgamento das nossas terras. Hoje, esta luta completa 30anos de retomada e gostaríamos de receber uma resposta do STF sobre o processo da nossa terra, desejamos que a justiça seja feita em prol do nossa defesa, porque necessitamos da nossa terra para sobreviver e poder  viver em paz com nosso povo”. [sic]

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