segunda-feira, 6 de junho de 2011

A impressionante virada de Insensato Coração


Desde a estreia, há meses, Insensato Coração decepcionou o telespectador inúmeras vezes. Este espaço já tratou do assunto algumas vezes e, principalmente porque a novela vem com a assinatura de Gilberto Braga, considerado o mago da teledramaturgia, a expectativa pelo folhetim era muito alta e, a frustração acabou ganhando a mesma proporção.

Ainda que eu continue discordando veementemente do método utilizado pelos autores para a primeira fase da trama em que todos os núcleos foram apresentados com muita calma, cheios de nuances e detalhes muitas vezes desnecessários - em alguns momentos o ritmo da trama lembrava o pior do estilo de Manoel Carlos - é preciso reconhecer que, agora, tudo faz sentido. Se antes, assistir a Insensato Coração dava a impressão de ver um agrupamento de personagens perdidos, sem qualquer sentido ou coerência folhetinesca, visto que os núcleos eram independentes, quase "mini-novelas" dentro de outra novela, além de ser tudo muito lento, hoje, isso mudou.

De repente - e sim, foi de repente, como um estalo - a história ganhou ritmo. Desde que Norma (Glória Pires) saiu da cadeia, ela começou a ser o fio condutor da história e, também graças ao talento de Glória Pires, a sua história ganhou ritmo, força e o público passou a, de fato, se identificar com sua personagem e a acompanhar de forma mais emocional.

Mas, se a mudança em Insensato Coração, começou há pouco mais de um mês, nas duas últimas semanas, atingiu seu ápice. De forma impressionante e, óbvio, tudo previsto, os núcleos se interligaram rapidamente e, o que mais impressionou, o casamento entre núcleos que sequer se relacionavam foi tão bem conduzido que em nenhum momento soou falso. Antes, o que salvava a novela era a excelente história de Norma e Léo (Gabriel Braga Nunes), hoje, são raros os personagens que não funcionam, já que todos entraram na trama principal da novela e ganharam bastante importância.

Se Insensato Coração ainda não é A novela esperada pelo telespectador, já é uma luz no fim do túnel, pois mostra que nem o horário e muito menos o formato está perdido. O folhetim teve uma primeira fase triste, mas uma virada sensacional e isso é promissor.

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